Tópico
Cidadania
e Direitos Sociais
(Recorte do Roteiro de Atividade - CRV)
Observação: Ao final, há um glossário para
melhor nortear o seu trabalho com os alunos.
Este
tópico deve traduzir o movimento de luta contra o processo excludente da
globalização. Sua característica principal é a solidariedade e a cooperação
numa perspectiva humanizadora. Sendo assim, a construção desse conceito é um
exercício de uma nova existência entre as pessoas com os lugares. Essa outra
forma de existir implica o redimensionamento de valores e hábitos
cotidianos, pela busca de uma sociedade mais justa, capaz de
restaurar a dignidade dos homens numa versão mais ética, compromissada e responsável
com o planeta e os seres humanos.
Esta
abordagem implica uma discussão formativa com a faixa etária em que se
encontram os jovens na escola. As questões problematizadas devem
possibilitar maior reflexão sobre hábitos, costumes e mudança dos
jovens e proporcionar maior compromisso com um projeto de
vida.
Sugerimos a
leitura da Orientação Pedagógica referente a esse tópico antes de iniciar as
atividades propostas. Para discutir algumas questões fundamentais
nessa faixa de idade propomos:
Atividade 1
- Problematização:
·
Como evitar que a globalização reforce as
tendências de homogeneização e fragmentação institucional na vida dos jovens?
Possíveis
discussões:
·
Acompanhar os conhecimentos prévios dos alunos
sobre as noções de jovens em relação à faixa etária, desejos, problemas,
contradições, sonhos, identidade e valores.
·
Chamar atenção para a segregação urbana
relacionada aos migrantes, jovens, mendigos e etnias diferenciadas levando-os a
questionar o porquê de os moradores empobrecidos das favelas e dos bairros
populares metropolitanos serem discriminados.
·
Conduzir o questionamento para a violência
urbana presente mais frequentemente nas manifestações do movimento
hip hop, das galeras, das gangues que recriam o espaço, territorializando-o nas
festas, nos rituais, no ócio, na exaltação do lazer, da vagabundagem como
formas de transgredir no campo do trabalho.
·
Repensar a violência para os trabalhadores
infanto-juvenis, no campo e na cidade que são violentados nos seus direitos
sociais e humanos.
·
Enfim, dimensionar com os alunos o papel da
juventude em sua organização e desorganização territorial no mundo
capitalista, revisitando as escalas: local, brasileira e mundial.
Atividade 2 –
Investigação e tratamento da informação
·
Após a problematização, solicitar a investigação em
grupos.
Grupo1
·
Investigar a quantidade de jovens, em números,
faixa etária, trabalho, escolarização. (Consultar
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/populacao_jovem_brasil/comentario1.pdf)
Grupo 2
·
Entrevistar jovens entre 12 e 18 anos para coletar
informações sobre suas relações familiares, participação em
movimentos sociais, religiosos, ambientais, políticos e culturais e associações
de bairro, ONGs.
Grupo 3
·
Coletar depoimentos de jovens na faixa entre 14-18 anos
sobre o trabalho, o lazer e a participação sindical.
Grupo 4
·
Coletar material em fontes diversas da mídia sobre
a cultura, hábitos, costumes, religião, trabalho, lazer, associações
comunitárias de base residencial e religiosas, partidos políticos, ONGs, a
violência e a formação de grupos, os protestos, as diferenças de
grupos dark, funk, punk, carecas dos subúrbios, skinheads, etc. (Consultar
livro: DIÓGENES, Glória.Cartografias da cultura e da violência: gangues,
galeras e o movimento hip hop. SP:Ananablume,1998)
O tratamento
das informações coletadas:
·
Seleção e organização do material nos grupos:
tabelas, gráficos, legendas de fotos, textos recortados de autores diversos em
livros, jornais, revistas, frases, entrevistas, depoimentos.
·
Organizações de sínteses sobre as informações:
selecionadas, lidas, interpretadas e criticadas.
·
Apresentação das sínteses em painéis com
fotos, entrevistas, textos, colagens, gráficos, tabelas, frases,
músicas, etc.
·
Intervenções coletivas por meio de debate, questionamentos
e proposições sobre:
ü As
diferenças, a rebeldia, os sentimentos e a corporeidade dos jovens: gangues,
galeras, movimento Hip hop, Funk, carecas, etc.
ü Os jovens e
a sociedade de consumo.
ü A violência
entre os jovens.
ü Entre as
drogas e os conflitos o mundo da cultura, das músicas, do lazer.
ü A busca
do mundo do trabalho
ü A construção
da cidadania participativa: movimentos políticos, ONGs, Grêmios, esporte, etc.
Preparação
para a mesa redonda
·
Apresentação dos painéis para a análise
de outras salas da escola.
·
Ampliação do debate com o convite a pessoas
especializadas em debater com essa idade.
·
Planejar o encontro
·
Discutir os combinados relacionados com a data, o
horário, o tema.
·
Realizar a atividade com registros das questões
significativas, abordados pelos palestrantes.
Glossário:
Galeras: movimentos culturais que
têm a dança, a música, o esporte, ou as artes gráficas como campo de
manifestação, mais marcante.
Gangues: grupos que se expressam de
forma mais restrita, através de práticas coletivas de violência.
Funk: inicia com turma de
jovens que encenam dramaturgias diversas nos vários agitos da cidade. A partir
de 1980 eles se tornam mais visíveis e os bailes funk ganham destaque nos
clubes de periferia da cidade. Os bailes funk motivaram a formação
de turma de jovens, autodenominados galeras, que dentro dos agitos dos bailes
faziam transbordar a violência, represada e fragmentada nos vários espaços da
cidade.
Carecas dos subúrbios: agrupamentos juvenis que
se instituem como gangue e enfrentam a polícia como marca
diferencial em relação às galeras como um todo. Como característica
comportamental são mais agressivos e viris, adestrando-se através do Box, judô
e lutas marciais.
Skinheads: diferenciam-se dos
neonazistas pelo fato de pertencerem a uma "subcultura que os coloca na
margem da sociedade. Um comportamento marcial, uma música agressiva e um
consumo excessivo de álcool são as manifestações mais características de seu
comportamento". As músicas de uma centena de grupos, cujas letras são
impregnadas de ódio, desempenham um papel ativo na difusão de suas ideias,
beneficiando com frequência cada vez maior dos recursos oferecidos pela
Internet.
Movimento Hip hop: surge nos EUA na década
de 70 sob a influência da cultura negra e caribenha. Quer dizer saltar (hip)
mexendo os quadris (hop). Este movimento inspira o surgimento de grupos no
Brasil, especialmente nas grandes metrópoles, cujo eixo central é a
manifestação cultural e apenas torna-se movimento quando unifica três
matrizes de manifestação cultural: a dança, a música e o grafite.
Fonte: http://crv.educacao.mg.gov.br/sistema_crv/index.aspx?ID_OBJETO=42786&tipo=ob&cp=3366ff&cb=&n1=&n2=Roteiros%20de%20Atividades&n3=Fundamental%20-%206%C2%BA%20ao%209%C2%BA&n4=Geografia&b=s
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