quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Tópico
Cidadania e Direitos Sociais
(Recorte do Roteiro de Atividade - CRV)

Observação: Ao final, há um glossário para melhor nortear o seu trabalho com os alunos.

Este tópico deve traduzir o movimento de luta contra o processo excludente da globalização. Sua característica principal é a solidariedade e a cooperação numa perspectiva humanizadora. Sendo assim, a construção desse conceito é um exercício de uma nova existência entre as pessoas com os lugares. Essa outra forma de existir implica o redimensionamento de valores e hábitos cotidianos,  pela busca de uma sociedade mais justa, capaz de restaurar a dignidade dos homens numa versão mais ética, compromissada e responsável com o planeta e os seres humanos.
Esta abordagem implica uma discussão formativa com a faixa etária em que se encontram os jovens na escola. As questões problematizadas devem possibilitar  maior reflexão sobre hábitos, costumes e mudança dos jovens e proporcionar maior compromisso  com um projeto  de vida.
Sugerimos a leitura da Orientação Pedagógica referente a esse tópico antes de iniciar as atividades propostas. Para discutir algumas questões  fundamentais nessa faixa de idade propomos:

Atividade 1 - Problematização:
·         Como evitar que a globalização reforce as tendências de homogeneização e fragmentação institucional na vida dos jovens?

Possíveis discussões:
·         Acompanhar os conhecimentos prévios dos alunos sobre as noções de jovens em relação à faixa etária, desejos, problemas, contradições, sonhos, identidade e valores.
·         Chamar atenção para  a segregação urbana relacionada aos migrantes, jovens, mendigos e etnias diferenciadas levando-os a questionar o porquê de os moradores empobrecidos das favelas e dos bairros populares metropolitanos serem discriminados.
·         Conduzir o questionamento para a violência urbana  presente mais frequentemente nas manifestações do movimento hip hop, das galeras, das gangues que recriam o espaço, territorializando-o nas festas, nos rituais, no ócio, na exaltação do lazer, da vagabundagem como formas de transgredir no campo do trabalho.
·         Repensar a violência para os trabalhadores infanto-juvenis, no campo e na cidade que são violentados nos seus direitos sociais e humanos.
·         Enfim, dimensionar com os alunos o papel da juventude em sua organização e desorganização territorial no mundo capitalista,  revisitando as escalas: local, brasileira e mundial.

Atividade 2 – Investigação e tratamento da informação
·         Após a problematização, solicitar a investigação em grupos.

Grupo1
·         Investigar a quantidade de jovens, em números, faixa etária, trabalho, escolarização.  (Consultar http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/populacao_jovem_brasil/comentario1.pdf)
Grupo 2
·         Entrevistar jovens entre 12 e 18 anos para coletar informações sobre suas relações familiares,  participação em movimentos sociais, religiosos, ambientais, políticos e culturais e associações de bairro, ONGs.
Grupo 3
·         Coletar depoimentos de jovens na faixa entre 14-18 anos sobre o trabalho, o lazer e a participação sindical.
Grupo 4
·         Coletar material em fontes diversas da mídia sobre a cultura, hábitos, costumes, religião, trabalho, lazer, associações comunitárias de base residencial e religiosas, partidos políticos, ONGs, a violência e a formação de grupos, os protestos, as diferenças  de grupos dark, funk, punk, carecas dos subúrbios, skinheads, etc. (Consultar livro: DIÓGENES, Glória.Cartografias da cultura e da violência: gangues, galeras e o movimento hip hop. SP:Ananablume,1998)

O tratamento das informações coletadas:
·         Seleção e organização do material nos grupos: tabelas, gráficos, legendas de fotos, textos recortados de autores diversos em livros, jornais, revistas, frases, entrevistas, depoimentos.
·         Organizações de sínteses sobre as informações: selecionadas, lidas, interpretadas e criticadas.
·         Apresentação das sínteses em painéis com fotos, entrevistas, textos, colagens,  gráficos, tabelas, frases, músicas, etc.
·         Intervenções coletivas por meio de debate, questionamentos e proposições sobre:
ü  As diferenças, a rebeldia, os sentimentos e a corporeidade dos jovens: gangues, galeras, movimento Hip hop, Funk, carecas, etc.
ü  Os jovens e a sociedade de  consumo.
ü  A violência entre os jovens.
ü  Entre as drogas e os conflitos o mundo da cultura, das músicas, do lazer.
ü  A  busca do mundo do trabalho
ü  A construção da cidadania participativa: movimentos políticos, ONGs, Grêmios, esporte, etc.
Preparação para a mesa redonda
·         Apresentação dos painéis para a  análise de outras salas da escola.
·         Ampliação do debate com o convite a pessoas especializadas em debater com essa idade.
·         Planejar o encontro
·         Discutir os combinados relacionados com a data, o horário, o tema.
·         Realizar a atividade com registros das questões significativas, abordados pelos palestrantes.

Glossário:
Galeras: movimentos culturais que têm a dança, a música, o esporte,  ou as artes gráficas como campo de manifestação, mais marcante.

Gangues: grupos que se expressam de forma mais restrita, através de práticas coletivas de violência.

Funk: inicia com turma de jovens que encenam dramaturgias diversas nos vários agitos da cidade. A partir de 1980 eles se tornam mais visíveis  e os bailes funk ganham destaque nos clubes de periferia  da cidade. Os bailes funk  motivaram a formação de turma de jovens, autodenominados galeras, que dentro dos agitos dos bailes faziam transbordar a violência, represada e fragmentada nos vários espaços da cidade.

Carecas dos subúrbios: agrupamentos juvenis que se instituem como gangue  e enfrentam a polícia como marca diferencial  em relação às galeras como um todo. Como característica comportamental são mais agressivos e viris, adestrando-se através do Box, judô e  lutas marciais.

Skinheads: diferenciam-se dos neonazistas pelo fato de pertencerem a uma "subcultura que os coloca na margem da sociedade. Um comportamento marcial, uma música agressiva e um consumo excessivo de álcool são as manifestações mais características de seu comportamento". As músicas de uma centena de grupos, cujas letras são impregnadas de ódio, desempenham um papel ativo na difusão de suas ideias, beneficiando com frequência cada vez maior dos recursos oferecidos pela Internet.
Movimento Hip hop: surge nos EUA na década de 70 sob a influência da cultura negra  e caribenha. Quer dizer saltar (hip) mexendo os quadris (hop). Este movimento inspira o surgimento de grupos no Brasil, especialmente nas grandes metrópoles, cujo eixo central é a manifestação cultural e apenas torna-se movimento quando unifica  três matrizes  de manifestação cultural: a dança, a música e o grafite.

Fonte: http://crv.educacao.mg.gov.br/sistema_crv/index.aspx?ID_OBJETO=42786&tipo=ob&cp=3366ff&cb=&n1=&n2=Roteiros%20de%20Atividades&n3=Fundamental%20-%206%C2%BA%20ao%209%C2%BA&n4=Geografia&b=s










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