Tópico
Regionalização
e Mercados
As
várias maneiras de regionalizar o mundo
Observação: Ao final, há um glossário para
melhor nortear o seu trabalho com os alunos.
O estudo das regiões é importante para que se possa
compreender a organização do território e sua reordenação, a expansão de
fronteiras, as diferenciações de áreas, a combinação e contradição de fatores
sociais, econômicos, políticos, culturais e ambientais. São recortes espaciais
necessários. Para regionalizar o mundo, os livros didáticos usam de vários
conceitos, habilidades, linguagens e estratégias entre elas a compreensão das
representações dos homens desde a antiguidade por meio da história dos
mapas; as paisagens naturais; o nível de desenvolvimento socioeconômico
(desenvolvidos/subdesenvolvidos/industrializados/), as paisagens
socioculturais/ambientais que retratam a cultura dos povos e sua relação com o
ambiente; a globalização e as associações econômicas e comerciais, etc. São
tantos os recortes temáticos que se torna necessário selecioná-los dentro de
uma contextualização da realidade vivenciada pelo aluno.
Selecionamos dentro do tópico a habilidade:
compreender formas de regionalizar o mundo, analisando os principais
critérios de classificações; a outra habilidade de reconhecimento do desenvolvimento
regional desigual no território brasileiro pode ser contemplada na estratégia
da gincana, no contexto de organização espacial do Brasil, ao longo da
sua história econômica e social. Sugerimos que se trabalhe com a
construção socioeconômico/cultural e ambiental das regiões brasileiras desde a
colonização. Como era organizado o espaço no período da exploração da
cana-de-açúcar, do ouro, café? Como viviam as pessoas? Quais seus costumes,
tradições, hábitos, crenças, formas de trabalho e relações com a natureza? Como
era o comércio e a relação com outros países do mundo? O que foi mudando com o
tempo e quais as diferenças em relação a este momento devido ao avanço da
globalização na dimensão socioambiental, cultural e econômica?
O roteiro proposto envolve três momentos:
Atividade 1 –
Descobrindo os saberes da turma sobre as maneiras de ver o mundo e nele o
Brasil
1-Listar os
conhecimentos da turma sobre os estados brasileiros e os países do mundo,
considerando suas leituras de jornal, revistas, quadrinhos, filmes, TV e
viagens.
2-Registrar os
argumentos e ideias da turma sobre:
·
Características das paisagens naturais do
mundo e do Brasil.
·
Tipos de países e seus governos.
·
O que conhecem do Brasil? O que mais gostam?
·
Tipos de povos que vivem nos países: modo de
vestir, alimentar, rezar, festejar, divertir, trabalhar, morar, plantar,
produzir e consumir produtos etc.
·
Que países são considerados ricos ou pobres,
poderosos ou não.
·
Como eles conhecidos no mercado mundial.
·
Se já compraram produtos desses países e quais
foram os produtos.
3- Sistematizar
os conhecimentos e representações da turma em um painel para colar na parede.
Voltar ao painel sempre que possível no desenvolver das atividades propostas.
Atividade 2 – Aula
dialógica sobre formas de regionalização do mundo
1- Seleção de mapas e
textos do Brasil e do mundo que representam diferentes formas de
regionalização.
·
ATLAS GEOGRAFICO ESCOLAR-IBGE, RJ:IBGE, 2002,
p.118-151.
·
ARAÚJO, Regina et alli. Construindo a
Geografia.v3,SP:Moderna, 1999, p.52, 60-64,
·
CASTELLAR, Sonia et al. Geografia 6.SP:Quinteto
Editorial, 2001, p.35-42, 105-107, 126-56, 174-84, 206-218.
·
SENE, Eutáquio et al. Espaço geográfico brasileiro
e cidadania. 7ª Série.SP: Scipione, 2002, p.182-92.
·
SENE, Eutáquio et al. Espaço geográfico brasileiro
e cidadania. 8ª Série.SP: Scipione, 2002, p.113-129.
·
Vesentini, J.W.et al. Geografia Crítica: geografia
do mundo subdesenvolvido. 7ª Série.SP:Ática, 2002, p.7-23.
·
Vesentini, J.W.et al. Geografia Crítica: geografia
do mundo subdesenvolvido. 8ª Série.SP:Ática, 2002, p174-176..
Professor/a: selecione 10 mapas diferentes entre as
páginas citadas acima. Estude-os para discutir com os alunos levantando
problemas, apresentando sugestões, avaliando processos.
Atividade 3 - De
análise e reflexão
·
Refletir sobre a regionalização e os critérios de
classificação do Brasil e do mundo.
·
Levar para a sala de aula livros didáticos da
biblioteca que trabalham com a regionalização. Os livros citados acima
possibilitam o estudo da regionalização e classificação do Brasil e do
mundo.
·
Solicitar aos alunos a discussão e resposta:
ü
Por que é necessário regionalizar o espaço
geográfico do Brasil e do mundo?
ü
Que regionalizações chamaram mais sua atenção? Por
quê? Onde se localizam essas regiões?
ü
Identifique-as no mapa-múndi e no mapa do
Brasil justificando a regionalização
ü
Quais são os critérios mais utilizados para dividir
o mundo e o Brasil?
ü
Como se regionaliza o mundo por meio de mercados?
ü
Sugira outros critérios não contemplados nos textos
dos livros e na discussão em sala de aula.
·
Produção coletiva de um texto sobre o que
entenderam por regionalização do Brasil e do mundo. Registros no caderno.
Atividade 4 - De
investigação e gincana
Seguir orientação do/a professor/a
·
Dividir as tarefas em duplas
·
Selecionar um país e um critério de regionalização
·
Buscar a informação para a aula seguinte
·
Combinar o momento da gincana: regras e formas
de apresentação.
·
Montar um painel para a colagem do material
selecionado.
·
Sugestão: a dupla ganhadora será a que conseguir
apresentar a regionalização correta e participar mais efetivamente nas demais
apresentações.
·
Completar o painel com título, subtítulos e
referências bibliográficas.
Atividade de autoavaliação
O que aprendeu sobre o conceito de regionalização e
critérios de classificação do mundo nas atividades propostas em sala? O
gostaria de saber mais?
Glossário:
Regionalizar: significa dividir o espaço em
regiões ou áreas que tenham características importantes em comum.
Regionalizar o mundo: São
critérios de agrupamento das nações em grandes regiões ou conjuntos regionais.
Região: O conceito de região, associado
à noção de diferenciação de área, vem perseguindo a história moderna do
pensamento geográfico ao lado da paisagem, espaço, lugar e território. O grande
debate em torno da região centrou-se na busca de um método que desse identidade
à Geografia diferenciando-a das outras ciências. Sua primeira abordagem
foi o de região natural trabalhado pelos geógrafos físicos na concepção de
superfície terrestre identificada por uma combinação de elementos da
natureza traduzidos na paisagem natural. Por longo tempo, a produção acadêmica
e a sua transposição didática se nortearam nessa concepção. A noção
de região e de regionalização foi, posteriormente, enriquecida pela de
paisagem natural e paisagem cultural: o sertão e o sertanejo, a
Campanha gaúcha e o gaúcho, a Amazônia e os povos da floresta, as regiões frias
com os esquimós e as desérticas com povos nômades. Essa noção permeou
a regionalização escolar ampliando a concepção de região natural
demarcando os lugares de identidade referenciados nos seus habitantes.
Regionalidade: ela se
evidencia como base territorial dos regionalismos, abrindo possibilidades de
discussão sobre as identidades regionais e movimentos políticos que tem, no
Nordeste brasileiro, um exemplo típico de regionalismos e política - a seca, o
sertanejo, o coronelismo, as bases políticas - ampliando o entendimento da
sociodiversidade, diferenças, semelhanças e identidade territorial expressas
nos localismos (Bexiga em são Paulo), nacionalismos (Leste Europeu/África),
separatismos (Triângulo Mineiro em MG), anexação/fragmentação (Alemanha,
Iugoslávia, URSS), recortes/partilhas (Palestina).
Regionalização: seria o
recorte metodológico para identificar a diferenciação ou a desigual
distribuição dos fenômenos no espaço, ou seja, a formação e transformação
de regiões desde a sua dissolução até o seu ressurgimento, num processo
constante de fragmentação e integração de territórios.
Região-território: quando se
passa a conviver com uma intensa globalização e fragmentação, mas, que também
se vê fortalecida pelas reivindicações de identidades
regionais/territoriais/culturais representadas por organizações de grupo
e movimentos sociais que vão numa planetarização dos bascos aos
tibetanos, passando pelos sérvios, albaneses, curdos, palestinos, judeus,
hindus, sikkis, hutus, tutsis. Nesse movimento há um deslocamento constante de
migrações forçadas como as dos refugiados tibetanos, albaneses,
sérvios ou sazonais como a dos nordestinos redefinindo na
reterritorialização a rede regional. Ela se constitui numa rede de
relações de identidade político-cultural que vão da escala local de um
bairro à mundial de conflitos diversos.
Regionalismo: identificam as relações
socioculturais de um lugar apropriado simbolicamente por um
grupo (palestinos, hindus, judeus, curdos, bascos, albaneses). O que se
questiona é a crise do Estado-Nação. De espaço de referência identitária
político, econômico, cultural eles passam a revelar o crescente processo de
exclusão social trazendo a tona nacionalismos, regionalismos, identidades
étnico-religiosas redefinindo territórios.
Mercados: corresponde ao fluxo de
mercadorias, capitais especulativos, informações que circulam pelo mundo
através de empresas, transnacionais ou não. Os países que mais recebem
investimentos podem ser classificados em dois grupos: os desenvolvidos
liderados pelos EUA e os considerados em desenvolvimento ou emergentes,
encabeçados pela China.
Fonte: http://crv.educacao.mg.gov.br/sistema_crv/index.aspx?ID_OBJETO=42781&tipo=ob&cp=3366ff&cb=&n1=&n2=Roteiros%20de%20Atividades&n3=Fundamental%20-%206%C2%BA%20ao%209%C2%BA&n4=Geografia&b=s
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