Tópico
Fragmentação
(Recorte do Roteiro de Atividades - CRV)
Mapeando a espacialidade
da fragmentação mundial
Observação: Ao final, há um glossário para
melhor nortear o seu trabalho com os alunos.
Dos temas que nos ajudam a compreender
a intensificação das tensões do pós-Guerra Fria, a
fragmentação política, cultural, econômica, ambiental, é um dos mais
contextualizados. Os conflitos e a desorganização do território estão presentes
cotidianamente na TV, no rádio e na leitura de periódicos como jornais,
revistas e boletins eletrônicos. Para que você, professor, possa
entender as regiões de conflito no mundo e fazer uma crítica da leitura da
mídia sugerimos atividades de interpretação do território, a partir das sequências
didáticas.
Atividade 1
Diagnosticando e
problematizando os conhecimentos iniciais sobre as fragmentações: mundial,
regional, local.
·
O que você sabe sobre o território e o seu uso
pelos homens?
·
O que você entende por fragmentação?
·
Que relação existe entre território, nação, país,
pátria? Como diferenciá-los
·
Explique sua noção de territorialidade. Dê
exemplos.
·
As fronteiras políticas têm o mesmo significado que
as fronteiras simbólicas? Como identificá-las? Quais suas representações sobre
elas?
·
Como explicar a reorganização do espaço político
mundial com o avanço da modernização? É possível classificar essa fase de
(des) ordem mundial?
·
Qual relação pode ser estabelecida entre a
geopolítica como estratégia de defesa do território e a discussão das
denominadas “ordens mundiais”, que propõem regras de relacionamento entre as
nações?
·
Que informações você detêm sobre conflitos
separatistas no Brasil? E no estado em que mora? E no município de vivência?
·
No seu município há conflitos políticos,
econômicos, ambientais e culturais? Enumere-os por ordem de importância local,
descrevendo suas razões e propondo soluções para sua amenização.
·
Quais seus prognósticos para as regiões de conflito
no mundo? Que soluções você conhece que poderiam resolver ou amenizar o
relacionamento tenso entre nações em fragmentação?
·
Organize um Índice registrando
seus conhecimentos, com data, para que possa acompanhar suas aprendizagens.
·
Participe da apresentação no coletivo da sala de
aula. Acrescente as novas informações ao seu Índice.
Atividade 2
Seminário de textos para ampliar as noções de
conflitos e tensões nos Bálcãs, Cáucaso, Himalaia e Montanhas dos Grandes Lagos
no centro da África
·
Roteiro de leituras: organizar 4 grupos
sendo um para cada texto; preparar a leitura e o debate, apresentar os
questionamentos e curiosidades, organizar sínteses no coletivo
TEXTO
1 - A destruição da Bósnia multiétnica
As conquistas otomanas do século XV ao
XVII no SE da Europa levaram para a região uma nova
cultura e religião. O legado histórico da dominação turca foi a constituição de
maiorias muçulmanas nas atuais Albânia (70% da população) e Bósnia (42% da
população) e minorias significativas em países como a
nova Iugoslávia, a Macedônia e a Bulgária.
O recuo otomano atravessou quase todo século XIX, desde
a autonomia da Sérvia (1817) e a independência grega
(1829), passando pela guerra da Criméia (1853-56) e pela
guerra russo-turca (1877-78), até a Primeira Guerra
Mundial. Ao longo da lenta decadência otomana, constituíram-se os Estados
Nacionais balcânicos, que tornaram-se leitos comuns do cruzamento de culturas e
religiões diversas.
O exemplo mais notável do cruzamento de correntes
históricas na região balcânica foi a Iugoslávia, que antes de se estilhaçar
agrupava 5 grupos nacionais( sérvios, eslovenos, croatas, montenegrinos e
macedônios) e três religiões ( católica, cristãos ortodoxos e islâmica) A
Bósnia conhecida como ‘Iugoslávia em miniatura’
, sintetizava a diversidade mais ampla na convivência
entre a maioria relativa muçulmana e as minorias sérvia ortodoxa e
croata católica.
O colapso da Iugoslávia, destruída pelos
nacionalismos étnicos a partir de 1991, atiçou o fogo na palha Bósnia. Nos
anos seguintes, a guerra étnica devastou a Bósnia num ritmo
incessante, apenas interrompido por tréguas precárias e
efêmeras. A velha capital, Saravejo, onde soou o
sinal para o início da Primeira Guerra, perdeu sua
condição de símbolo da tolerância e da pluralidade entre povos e
culturas para converter-se em signo associado ao ódio étnico.
Uma paz fria cai sobre a
Europa
Há sete anos, a queda do muro de Berlim e a
desagregação do bloco soviético na Europa Oriental desestruturaram o equilíbrio
geopolítico europeu da Guerra fria. Há cinco anos, a implosão da URSS e da
Iugoslávia redesenhou as fronteiras do Leste Europeu e nos Bálcãs,
introduzindo novos enigmas sobre o futuro do continente. Em 1995, sob o fogo da
Guerra na Bósnia, começaram a se delinear as opções estratégicas das potências europeias
no complexo cenário de Pós-guerra Fria.
A guerra balcânica dissolveu as luminosas
esperanças depositadas no futuro das relações entre a Rússia e o Ocidente com a
manutenção da aliança tradicional com a Sérvia. O governo americano solidificou
os laços entre o Ocidente e a Croácia. No encerramento da guerra
balcânica, a Grande Sérvia e a Grande Croácia emergem como peões regionais da
rivalidade entre as potências.” MAGNOLI, Demétrio et alli. Panorama do
mundo–2. SP:Scipione, 1996,p. 64-71.
TEXTO 2 - A Chechênia e
o Cáucaso
(...) O Estado russo enfrenta um desafio mais vital
dentro de suas próprias fronteiras. Organizado sob a forma de uma federação,
que abrigava 21 repúblicas étnicas além da própria Rússia, ele sofre as
pressões centrífugas liberadas pelo desmoronamento do poder comunista.
Um novo e estranho nome entrou no vocabulário
político no dia 2 de novembro de 1991, quando o governo liderado por Djokhar
Dudaiev, proclamou a independência. Chechênia. Entre dezembro de 1994 e março
de 1995, o mundo acompanhou estarrecido o assalto das tropas russas à capital,
Grozny, ocupada após bombardeios aéreos. A Chechênia é uma das repúblicas
que compõem a Federação Russa. Localizada nas vertentes setentrionais da
Cordilheira do Cáucaso e nos vales banhados por rios que deságuam no
mar Cáspio abriga uma população de um milhão de habitantes. Cerca de 60% são
etnicamente chechenos, povo descendente de pastores caucasianos que no século
XVIII abandonaram o cristianismo para aderir ao Islã.
O conflito na Chechênia assumiu forma de guerrilha
desde a ocupação de Grozny. As forças separatistas, a partir de esconderijos
nas montanhas do sul, passaram a fustigar as tropas russas.
A ausência de instituições democráticas enraizadas
e de um pacto federativo legítimo estimula os separatismos regionais e étnicos,
ameaçando a unidade do Estado russo. O foco principal da instabilidade étnica
localiza-se nas repúblicas do Cáucaso russo. Como ocorre na Chechênia, a
maioria delas abriga populações majoritariamente não russas e exibe renda per
capita inferior à metade do conjunto da Federação Russa. A continuidade da
guerra chechena pode provocar novas tentativas separatistas na região. MAGNOLI,D.
et allii.Panorama do mundo 3. SP:Scipione,1997,p.50/51
TEXTO 3 – Himalaia
O Tibet é certamente a região autônoma que, pela
riqueza de sua história e pela especificidade de sua cultura,
constitui o exemplo mais contundente da diversidade do espaço chinês e do
arbítrio da elite han para se impor sobre as outras
nacionalidades. Ao nos depararmos com o mapa físico da China
surpreende a vastidão do platô tibetano: quase dois milhões de quilômetros
quadrados acima de 3000metros de
altitude. O Tibet histórico e cultural se estende
assim bem além das fronteiras estabelecidas em 1950, quando a China incorporou
vastas áreas das províncias vizinhas. Antes da invasão chinesa, em 1950, a
relativa uniformidade do ambiente natural contrastava com as
múltiplas identidades que compunham o Tibet. (..) prevaleciam as identidades
subnacionais fundamentadas nas seitas do budismo lamaísta (Nyingma,Kargyu,
Sakya, Gelupka,Bonpo) e na territorialidade definida pelas antigas províncias
(Kham,toi,Tsang,Amdo), uma reforçando a outra. A presença e hegemonia crescente
dos chineses han, aberta ou veladamente rechaçada pelos tibetanos, propiciou o
fortalecimento de uma identidade comum, especialmente entre os habitantes das
cidades, onde o confronto foi mais direto e violento. (...) Além dessa opressão
político-cultural há um povo que luta por sua autonomia, o que se vê é o
massacre do desaparecimento de uma das culturas mais ricas do planeta.”
HAESBAERT: 1994,p58/64.
Atividade 3- Investigação para ampliação das noções
de fragmentação –
·
Coleta de novas informações e ampliação das noções
de tensões mundiais nas dimensões: nacionalista, separatista, fundamentalista e
do narcotráfico.
Roteiro:
·
Coletar informações sobre os conflitos no
Afeganistão, Iraque, Angola, Moçambique, Colômbia, Espanha, Sri Lanka, Oriente
Médio.
·
Selecionar material na mídia escrita, eletrônica,
nos paradidáticos e livros didáticos de 7ª e 8ª séries.
Em grupo:
·
Discutir e problematizar os conflitos que fazem
dessas nações regiões de tensão.
·
Apresentar as considerações dos grupos no debate.
·
Sistematizar as aprendizagens no
coletivo ( organizar painel para exposição)
Atividade 4
- Mapeando e explicando as fragmentações territoriais no mundo
Em grupo:
·
Utilizando-se de um mapa-múndi, vazado ou
mudo, espacializem as informações debatidas nos seminários,
regionalizando-as, no Oriente Médio, América Latina, Mundo Indiano, África,
Leste Europeu, Ásia Central, etc. Sejam criativos na escolha da legenda. .
·
Dar título ao mapa e inserir a autoria do grupo.
(Pode ser usado um mapa-múndi coletivo retirando a
cópia no retroprojetor, bem grande, onde todos possam trabalhar coletivamente)
·
Apresentar o produto
Autoavaliação -
Elaborar um conceito sobre fragmentação, posicionando-se frente a
uma nova ordem mundial e explicando se ela contribuiu para
ampliar ou reduzir os conflitos mundiais. Apontem para um
horizonte: fragmentação ou globalização mundial? Ou ambos?
Glossário:
Fundamentalista: Pertencente
a uma corrente teológica que toma o livro sagrado de sua religião ao pé da
letra, como os islâmicos que defendem os valores e regras tradicionais do
islamismo e prega a adoção do Corão como constituição dos Estados.
Nacionalismo: Movimento social de indivíduos que tomam consciência de formar uma comunidade em virtude dos elos étnicos, linguísticos, culturais, etc.
Separatismo: Processo político, ideológico,
cultural envolvendo as identidades nacionais, regionais, locais e as
resistências. São tendências de separação envolvendo escalas de fronteiras
diferenciadas do Estado-Nação, província, Estado, região ou lugar.
Territorialidade: Correlação
de forças espacialmente delimitada e operando sobre uma área geográfica
específica. Constituem-se em diversas formas de apropriação do território por
grupos sociais que vão de vendedores ambulantes num determinado espaço urbano a
territórios de contravenção como o tráfico de drogas.
Território: significa poder que se
instala num grupo, numa organização social, num organismo político, num
movimento reivindicatório, num país ou outro lugar qualquer da Terra. Nele, a
sociedade se manifesta demarcando suas ideias, sua política, sua legitimidade e
sua identidade. Isso significa entender os conflitos decorrentes da disputa
pelo poder que se manifesta através das etnias, das identidades, das classes,
dos territórios, dos organismos e das instituições.
Ele não deve ser entendido apenas na escala
nacional, associado à figura do Estado-Nação. Ele é construído nas mais
diversas escalas de uma área de controle de uma família ou tribo indígena ao
conjunto de países membros de uma comunidade, como a CEI (Comunidade dos
Estados Independentes) ou a EU (União Europeia).
Fonte: http://crv.educacao.mg.gov.br/sistema_crv/index.aspx?ID_OBJETO=42794&tipo=ob&cp=3366ff&cb=&n1=&n2=Roteiros%20de%20Atividades&n3=Fundamental%20-%206%C2%BA%20ao%209%C2%BA&n4=Geografia&b=s
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