Observação
de nuvens
Nesta
sequência didática, você vai ver como introduzir noções de tempo e clima e
relacionar questões ambientais ao clima, tomando como base a observação das
nuvens em sua cidade.
Objetivos
- Observar mudanças na atmosfera (tempo meteorológico).
- Registrar e perceber algumas variáveis do tempo e do clima.
- Trabalhar com dados, gráficos e mapas meteorológicos.
- Identificar as relações entre tempo e clima.
Conteúdos
- Tempo e clima.
- Observação do tempo, registro e análise de dados.
- Imagem de satélite e a leitura meteorológica do tempo.
Anos
6º e 7º anos.
Tempo estimado
8 aulas.
Material necessário
- Observar mudanças na atmosfera (tempo meteorológico).
- Registrar e perceber algumas variáveis do tempo e do clima.
- Trabalhar com dados, gráficos e mapas meteorológicos.
- Identificar as relações entre tempo e clima.
Conteúdos
- Tempo e clima.
- Observação do tempo, registro e análise de dados.
- Imagem de satélite e a leitura meteorológica do tempo.
Anos
6º e 7º anos.
Tempo estimado
8 aulas.
Material necessário
Imagens
da Terra e da atmosfera, Atlas Visuais Terra (Ed. Ática), Novo Atlas Geográfico
do Estudante (Ed. FTD), papel sulfite, pranchetas e lápis coloridos e pretos
para todos ou para cada dois alunos.
Desenvolvimento
1ª etapa
Apresente
para os alunos imagens de jornal ou internet em A3 sobre o tempo em diferentes
localidades. Escolhemos São Paulo e Nova York. Solicite que os alunos observem
as imagens e comentem o que elas mostram. Comente que nestas imagens vemos
alguns extremos que ocorrem no comportamento do tempo nestas cidades. Na região
metropolitana de São Paulo já ocorreram chuvas de 50 mm num período de 2 horas
durante o mês de janeiro, que é o mês mais chuvoso do verão. Para se ter uma
ideia do que isto significa, neste mês costuma chover 238 mm ao longo de todo o
mês. Poucos meses após o evento extremo em São Paulo, Nova York sofria com uma
nevasca, outro fenômeno que ocorre no inverno do hemisfério norte, também na
mesma época. A nevasca é uma precipitação intensa, ou seja um extremo
climático. Camadas de gelo de quase um metro de altura atingiram casas e
estradas, causando vítimas e transtornos urbanos. Estes dois
exemplos mostram como o comportamento do tempo pode apresentar escalas extremas
ou normais, interferindo muito em nossas vidas.
Foto: Adriano Lima/Fotoarena / Especial para Terra
Funcionário da Prefeitura de Nova York usa skis para ir ao trabalho. A
cidade tem até 51 centímetros de neveFoto: AFP
Após a
observação das imagens e de sua leitura coletiva, organize a turma em grupos e
coloque a seguinte questão:
- Já observamos eventos extremos em nossa
cidade?
- Existem diferenças entre tempo e o clima?
Estimule
os alunos a expressarem as noções que possuem destes dois conceitos. Convide os
alunos para observar as variações no tempo na cidade.
2ª etapa
Com base
nas respostas, organize a observação do tempo empírico. Vamos utilizar somente
a percepção sensorial para observá-lo. Explique que muitas pessoas aprenderam a
ler o tempo, utilizando este tipo de observação. Organize a sala em grupos e
apresente neste momento o tema de estudo desta sequência. Organize na lousa um
texto coletivo sobre a noção de tempo e clima que os alunos possuem. Solicite
que façam uma lista das variáveis que controlam o tempo e o clima. Anote na
lousa todas as ideias que os alunos têm sobre estes dois conceitos.
3ª etapa
Indague
os alunos sobre o céu da cidade, por meio de questões, tais como: Como é o céu
de nossa cidade? Incentive para que falem das cores, das sensações de umidade,
de calor, etc. Organize a turma e saia da sala de aula para um lugar externo
para observar o céu. Procure um lugar onde o céu possa ser amplamente visto e
que permita aos alunos se sentarem no chão para observar e pensar sobre o que
estão vendo. Converse sobre o que possível ver e sentir: cores, formas, nuvens,
ventos, calor, umidade, etc. Em seguida, peça para que os alunos sentem no chão
num lugar seguro e com papel sulfite sobre uma prancheta e lápis colorido
desenhem o céu. Durante o desenho converse sobre o céu como um indicador das
condições do tempo: ar quente, úmido, seco, luminosidade, nebulosidade, etc. O
que o céu que observamos tem a ver com o tempo? Exponha os desenhos na sala de
aula e a partir deles organize uma aula expositiva sobre a atmosfera. Utilize
imagens dos Atlas Visuais Terra (Ed. Ática). Retome os desenhos sobre o céu de
sua cidade e discuta as mudanças que puderam ser observadas durante o período
em que estiveram desenhando: Qual foi a sensação de calor, de umidade, como
estavam as nuvens no céu? Elas mudaram de formato de localização? Aproveite
para explicar nesse momento com se formam as nuvens a partir da evaporação.
4ª etapa
Distribua
para os grupos uma imagem da Terra e da atmosfera e peça que cada grupo
identifique as cores e o que estão vendo na imagem. Lembre que o céu que vemos
a partir da Terra pode ser visto do espaço pelos satélites e que esta imagem é
similar a que é vista do espaço. Esta imagem foi obtida de uma nave espacial
que fotografou a Terra do espaço. Chame a atenção para as cores e o que elas
significam.
5ª etapa
Reúna os
alunos em grupos e distribua notícias de jornal sobre episódios do tempo
ocorridos no Brasil e no mundo (veja Anexo 2 - textos 1 e 2 anexo). Discuta as
duas situações e tire dúvidas sobre os conteúdos dos textos. Faça uma síntese
comparando o que pode ter ocorrido numa situação e na outra. Peça que imaginem
como seria o céu desse dia nestas localidades e desenhem em papel A4 uma imagem
que contenha alguns dos parâmetros do tempo das situações relatadas no texto
(utilize lápis preto e colorido). Antes de iniciar o desenho, faça na lousa uma
relação dos componentes do tempo meteorológico e do tempo que devem estar
representados nos desenhos, tais como ventos, nuvens, chuva, temperatura etc.
Converse com os alunos ao elaborar a lista destes componentes.
Colaboração
da Folha Online, Janeiro, 2007
As
fortes chuvas que atingiram o noroeste do Rio Grande do Sul provocaram elevação
de 9,48 metros no rio Uruguai na noite de domingo (20), causando enchentes nas
cidades da região.
No
interior de São Borja, estradas tiveram que ser interditadas. Como as comportas
das barragens de Itá e Machadinho foram abertas no norte do Estado, cidades ao
sul de São Borja, como Itaqui e Uruguaiana, também poderão sentir os efeitos da
cheia, de acordo com informações da MetSul Meteorologia.
Segundo
previsão do instituto, as fortes precipitações deslocam-se em direção aos
Estados de Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo, onde são
esperadas chuvas fortes na terça-feira (22).
Texto
2 - Seca na Amazônia em 2005 - CPTEC/INPE e INMET - 24/10/05
O CPTEC (Centro de
Previsão de Tempo e Estudos Climáticos) juntamente com o INMET (Instituto
Nacional de Meteorologia) traz de forma sucinta ao público informações
esclarecedoras sobre a problemática da seca na Amazônia durante o ano de 2005.
A
Seca de 2005:
A atual seca que está
afetando boa parte da região Amazônica, especialmente o setor sudoeste do
Amazonas e Estado do Acre, caracteriza-se por possuir o menor índice
pluviométrico nos últimos 40 anos, ultrapassando períodos como os de 1925-1926,
1968-1969 e 1997-1998, até então considerados os mais intensos.
Ao se analisar os dados
de precipitação no setor sul da Amazônia, verificou-se que durante a estação
chuvosa de 2005, que na realidade estendeu-se de dezembro de 2004 a março de
2005, as chuvas apresentaram-se com valores de até 350 mm menores que a média
histórica. Isto contribuiu para que os níveis dos rios desta região estivessem
com valores bem abaixo da média no final da estação chuvosa de verão e no
início do período de estiagem, que ocorre de maio a setembro. Em 2005, notou-se
uma estiagem mais severa durante todos os meses do ano. Na análise dos níveis
médios do Rio Negro em Manaus, desde 1903 até setembro 2005, observa-se que
valores muito baixos aconteceram também nos anos de 1925 -26 (ano de El Nino),
e em 1963-64. Nos meses de verão de 2005 os níveis do Rio Negro foram em média
de 1.5 a 2 metros acima do normal, e a partir de agosto os valores chegaram até
4 metros abaixo do normal.
Regime
de chuva na região:
Climatologicamente, a
região Amazônica possui precipitação média anual de aproximadamente 2.200 mm
por ano, embora tenham regiões (na fronteira entre Brasil, Colômbia e
Venezuela) e próxima a Foz do Rio Amazonas em que o total anual pode
ultrapassar 3.500 mm por ano.
O setor sul da região,
que compreende a região afetada pela seca, tem período de chuvas compreendido
entre novembro e março, sendo que o período de seca ocorre entre os meses de
maio e setembro. Os meses de abril e outubro são meses de transição entre um
regime e outro.
A distribuição de chuva
no trimestre Dezembro-Janeiro-Fevereiro (DJF) apresenta uma região de
precipitação alta (superior a 900 mm) situada na parte oeste e sul da Amazônia.
O período de Marco-Abril-Maio (MAM) representa a estação chuvosa na região
central da Amazonia próxima ao equador, já no trimestre Junho-Julho-Agosto
(JJA), acontece o período de estiagem na Amazônia e o centro de máxima
precipitação desloca-se para o norte, situando-se sobre Roraima e o Norte da
América do Sul. Neste período de estiagem em JJA, a região Amazônica,
principalmente na parte central, está sob o domínio do ramo descendente da
Célula de Hadley (célula de circulação atmosférica com ventos ascendentes no
Atlântico Tropical Norte e descendentes na região Amazônica), induzindo um
período seco bem característico que perdura até aproximadamente os meses de
setembro e outubro no sul da Amazônia e um mês mais tarde na Amazonia central.
Quais
são as possíveis causas da seca de 2005?
O fenômeno de
deficiência de chuvas na região do Sul foi observado também em 2004, onde as
vazões dos rios e as chuvas foram menores que o normal, mas sem atingir os
valores extremamente baixos observados em 2005.
Um dos possíveis
fatores responsáveis por esta seca intensa de 2005 estaria provavelmente relacionado
ao comportamento médio da temperatura da superfície do mar (TSM) nos últimos
meses na bacia do Atlântico Tropical Norte, que tem se apresentado mais quente
que o normal nos últimos 12 meses. Como é característico desta época do ano, o
movimento ascendente do ar que normalmente ocorre no Atlântico Tropical Norte,
associado à célula de Hadley, está mais intenso este ano e a zona de
convergência intertropical ainda está no Hemisfério Norte. Conseqüentemente,
esta intensificação da circulação atmosférica faz com que os movimentos
descendentes especialmente sobre o sudoeste da Amazônia sejam mais intensos do
que a média, o que dificulta a formação de nuvens e, portanto, de chuva na
região. Adicionalmente, nos últimos dois meses a seca tem se agravado devido ao
anticiclone do Atlântico Sul que se tornou mais intenso, estendendo-se até o
continente e gerando uma região de estabilidade atmosférica que não favorece a
formação de chuva no Sul da Amazônia.
Há especulações de que
o prolongado período de estiagem nestas regiões mais afetadas pode estar
ocasionando um efeito local que contribuiu mais ainda para a diminuição das
chuvas. Este efeito seria uma diminuição da reciclagem de vapor d'água pela
vegetação devido à própria estiagem, implicando um feedback positivo reduzindo
possivelmente as chuvas locais. Além disso, a queima de biomassa que produz
fumaça pode alterar a física da formação de chuva no sul da Amazônia, e
possivelmente adiar o inicio da estação chuvosa. Não se tem evidências de que
esta seca de 2005 seja um indicador de mudanças climáticas na região,
associadas ao desmatamento ou aquecimento global. A Seca de 2005 parece ser
parte de uma variabilidade natural de clima, onde anos secos e úmidos
alternam-se na escala interanual.
A
previsão:
A previsão sazonal de
clima (tendência média do estado da atmosfera), em caráter experimental, para
os próximos 3 meses (Novembro-Dezembro/2005 e Janeiro/2006) indica:
§ Para o sudoeste do
Estado do Amazonas e Acre: tendência de continuação de chuvas abaixo da média
climatológica (previsão com baixa confiabilidade),
§ Para o centro-norte
dos Estados de Roraima, do Amapá e no noroeste do Pará: chuva variando de
normal a ligeiramente acima da média climatológica (previsão com confiabilidade
média), e
§ Para o restante da
Região Norte: tendência de chuvas próximas da média climatológica (previsão com
confiabilidade média).
Em relação a previsão
de temperatura para o mesmo período, a previsão indica tendência de temperatura
de normal a acima da média histórica em toda a Região.
O CPTEC/INPE e o INMET
continuarão monitorando o quadro de estiagem na Amazônia e voltará a divulgar
boletins oportunamente.
CPTEC/INPE e INMET
6ª etapa
Exponha
os desenhos para que todos observem as produções dos colegas. Organize a turma
em grupos para a realização da observação do tempo e sua previsão no cotidiano
de sua cidade. Apresente um modelo de ficha de previsão do tempo (disponível em
jornais ou no site, onde é possível pesquisar a previsão para sua cidade).
Discuta os símbolos e dados nela presentes. Divida a turma em duplas e
disponibilize uma ficha semelhante para coleta de dados empíricos. Oriente os
alunos quanto a forma de registro. Eles devem observar o dia ao ar livre no
período da manhã, tarde e noite durante uma semana. Ao mesmo tempo que coletam
e registram os dados na ficha, oriente para que assistam na TV a previsão do
tempo num jornal noturno para sua região durante uma semana, utilizando uma
ficha de registro semelhante aquela dos dados empíricos. Todos os dias, os
alunos devem comparar sua ficha de observação sensível com a previsão da TV.
Quando coincidir devem marcar na coluna correspondente um C quando não
coincidir devem marcar E. Após o registro de todos os dados, analise com seus
alunos como foi a previsão e a observação sensível. Houve acertos? Houve erros?
Discuta com eles o papel dos dados na previsão do tempo. Se for possível
leve-os a um local em sua cidade onde exista uma estação micro meteorológico
para que conheçam os equipamentos utilizados no registro de dados.
7ª etapa
Retome a
discussão sobre tempo e clima, discutindo que o clima é o resultado de estudos
feitos a partir de séries longas de dados, geralmente 30 anos, e que o tempo é
o estado diário da atmosfera que percebemos em nossas atividades. Prepare uma
aula sobre cada um dos componentes do clima explicando a sua participação na
formação destes estados momentâneos e duradouros da atmosfera. Selecione alguns
trechos do livro didático para leitura em casa. A partir deste momento, amplie
a visão sobre o clima. Organize os alunos em duplas e solicite uma pesquisa de
informação sobre os tipos de clima do Brasil. Consulte o Atlas e distribua os
tipos de clima entre os grupos e oriente os alunos para que tragam informações
sobre:
- Como são as temperaturas neste tipo de clima?
- Como são as chuvas?
- Qual é o tipo de cobertura vegetal que
predomina nestas condições?
- Pelo tipo de clima é possível identificar
alguns tipos de tempo possíveis nestas regiões?
- Quais problemas as pessoas que vivem em
cidades enfrentam nestes climas?
- Quais problemas as pessoas que vivem no campo
enfrentam nestes climas?
Cada
grupo deve apresentar oralmente os resultados de suas pesquisas.
Avaliação
Ao final
do estudo os alunos devem ser capazes de identificar algumas variáveis do tempo
e clima, ler dados sobre clima e mapas meteorológicos e Identificar relações
entre tempo e clima. Para encerrar a sequência, peça que os alunos respondam em
seu caderno as perguntas apresentadas no inicio da sequência:
- Qual a relação entre as condições do tempo e
clima?
- Qual a importância do clima para o meio
ambiente?
Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-2/observacao-nuvens-678361.shtml
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